Para mim o tempo é uma forma de organizar as tarefas e afazeres da vida, é uma medida criada a fim de dar forma a nossa própria história. A percepção que temos da vida é a meu ver atrelada a nossa trajetória, marca-se as fases da vida e grandes acontecimentos com datas para que assim possam ter um valor e significado diferente de outros momentos. As divagações a respeito desse tema irão perdurar pela eternidade (olha o tempo aí sendo novamente considerado) e talvez nunca se chegue a uma conclusão. Isso importa? Na verdade não! O que importa é fabricar mais “fatos e acontecimentos”. Porque digo fabricar?
Porque devemos pegar nossa vida tal qual uma matéria prima e transformá-la em um produto de boa qualidade. É fácil falar, difícil é fazer! Talvez sim! Talvez não!
Existe um proverbio chinês que diz: A gente todos os dias arruma os cabelos: por que não o coração? A ideia aqui não é citar frases ou elementos de autoajuda, o principio é analisar a conduta das pessoas quanto aos que: parecem de bem com a vida o os outros que parecem odiá-la. Quando digo que o tempo vale ouro me refiro às chances e circunstâncias que podem influir diretamente nessa “qualidade de vida”. Se o tempo realmente fosse uma coisa palpável, tangível, material e recebêssemos uma determinada quantidade diária para ser usada, como agiríamos? Certamente bem diferente de como agimos hoje! Por quê?
A resposta é bem simples, você iria perceber ao longo do dia a diminuição gradativa do tempo, isso iria acontecer pelo fato dele estar “materializado”, ou seja, você visualmente contabilizaria seu tamanho. Por isso, seria mais fácil administrá-lo, como isso não acontece acabamos desperdiçando o tempo em grande quantidade.
Pergunte-se agora! O que irei fazer amanhã entre oito e 15 horas? Procure quantificar sua resposta, seja o mais exato possível. A maioria das pessoas não conseguirá responder a essa pergunta, elas dirão: estarei trabalhando. Ora! Trabalhar sem saber o que está fazendo é agir como uma máquina.
Tua vida tem sido assim? Todos já ouvimos velhas histórias afirmando que a pessoa parte desse mundo sem levar nada, além de suas lembranças, se isso for uma verdade, esse tipo de “pessoa máquina”, teria o que para levar? Alguns ainda contra argumentariam afirmando que a vida não é somente trabalho, existem outras partes desse todo, e que nessas outras partes isso poderia ser compensado. Eu retruco dizendo que o todo está na parte, ou seja, não somos seres divisíveis. Eu não sou uma pessoa no trabalho e outra em casa, eu sou exatamente a mesma pessoa. Afinal! Quando o tempo vale ouro? Ele vale ouro quando, ele tem um propósito.
As pessoas correm, principalmente nos dias atuais, de um lado para o outro sempre com pressa de chegar a algum lugar. Mas que lugar é esse? Compromissos! Compromissos! E mais compromissos! Vivemos atualmente atolados em compromissos, mas por quê? Acredito que seja por mero materialismo, as pessoas compram muitas coisas sem necessidade, compram por impulso, modismo, status... O endividamento acaba sendo óbvio, passamos muito tempo pagando dividas e postergando sonhos; ficamos acorrentados, a frustração é iminente. Poucas pessoas escapam desse labirinto, quase ninguém consegue frear essa síndrome.
O tempo necessariamente tem que ter um proposito. Qual seria ele? Viver com qualidade! O que significa isso? Ter uma vida planejada em cima de benefícios que transmitam valores eliminando o fútil e o inútil. Esse princípio objetiva valorizar a vida e o tempo; a análise das atividades e projetos dará a exata dimensão de importância de cada coisa.
Quem disse que você tem que fazer muita coisa? As pessoas fazem mil coisas e se iludem acreditando que estejam se ocupando de modo produtivo. Voltemos à pergunta, você está tendo qualidade de vida? Não! Então! Você apenas está se candidatando a ficar mais estressado e com isso encurtando sua vida.
Se tiver oportunidade conversar com algum médico é bem provável que ele te conte alguma história de pessoas que lhe imploram para que ele não as deixe morrer. A narrativa é sempre a mesma. Dirão eles, trabalhei tanto perdi tudo que era importante na vida e agora que poderia desfrutar ou resgatar alguma coisa, daí me vem à notícia de sentença de morte. O que devo fazer? Nada! O tempo acabou...
Não crio verdades, apenas pontos de vista.
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